segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Atração masculina


"O que as mulheres fariam sem os homens? Domesticariam outro animal" (autoria desconhecida)

Há décadas a ciência investiga as origens dos mecanismos da sedução masculina, e atualmente, a mesma pergunta permanece a instigar os pesquisadores: "O que está por trás do perfil de homem ideal, eleito por determinada mulher?"

Sigmund Freud, considerado o pai da psicanálise, deu a sua contribuição ao afirmar que o parceiro é escolhido conforme traços físicos, fisionômicos - e de caráter - da figura referencial masculina mais importante da infância da mulher. O que quer dizer: seu pai biológico ou substituto.

Pesquisas recentes informam que o segredo da atração masculina está na largura do rosto. Conforme paleontólogos do Museu de História natural, em Londres, as dimensões da região entre a boca e a sobrancelha são cruciais para determinar o grau de atração do homem para o sexo oposto.

Os cientistas examinaram medidas dos crânios de 68 homens e 53 mulheres da Universidade de Witwaterstrand, na Africa do Sul, e concluiram que os homens com mandíbulas e sobrancelhas largas e maças do rosto acentuadas apresentam aparências mais masculinas, que seriam mais atraentes para as mulheres.

Um estudo da Universidade da Califórnia revelou que para as mulheres nada se compara ao cheiro de um homem. O estudo prova que o odor liberado pelos homens influencia o humor, a excitação sexual e cerebral do sexo feminino: "De acordo com esta investigação, mulheres cujo olfato foi submetido a uma substância presente no suor masculino apresentaram elevados níveis hormonais ligados à sexualidade, intensificaram a libido e exibiram um rítmo cardíaco acelerado. Ao sentir o cheiro dos pré-harmona, as mulheres estudadas demoraram até cerca de 15 minutos para manifestar os sintomas, que permaneceram ativos durante mais de uma hora".

A realidade, segundo a pesquisa, é que o suor masculino funciona como um afrodisíaco para atrair o sexo oposto. O "androtesnodiona", o feromônio que é encontrado no suor dos homens e, como aditivo, em numerosos perfumes e loções, bastam para incrementar os níveis de cortisol, um hormônio relacionado com o estresse e também com o estímulo sexual das mulheres. A pesquisa indica que os humanos, assim como os ratos, as borboletas e as mariposas, por exemplo, segregam um cheiro que afeta o sexo oposto.

Outra pesquisa, também recente, revela que as mulheres, inconscientemente, selecionam seus parceiros conforme avaliação do estado geral de saúde dos mesmos, ou seja, homens saudáveis, fortes, tem a tendência de gerar filhos com as mesmas características biológicas do pai. E a partir desta "seleção natural" ocorrem as escolhas...

COMENTARIO

No entanto, o que em parte a ciência ainda negligencia, é a atração de origem espiritual que existe entre os seres humanos. E essa energia passa pela longa história de sucessivas vidas do espírito encarnado em um corpo físico.

Nesse sentido, muitas foram as paixões do espírito que veio, vida após vida no corpo de uma mulher. Experiências passionais com o sexo oposto que deixaram-lhe marcas, registros em sua memória extracerebral, como tipo físico e traços fisonômicos preferenciais, além de traços de caráter, odores dos parceiros e energias trocadas nas relações sexuais, contribui, e muito, na forma da mulher atual, inconscientemente, fazer a sua escolha do tipo masculino que mais lhe agrada.

Por exemplo: se em uma vida passada, uma mulher teve uma relação passional intensa com um homem que tinha um determinado perfil, essas informações ficam registradas em seu inconsciente e farão parte de um conjunto de dados que será essencial no momento da escolha do parceiro ideal na vida presente.

Essa constatação é o resultado de uma experiência pessoal baseada na coerência científica e fundamentada em dezenas - talvez centenas - de regressões com mulheres que apresentaram problemas de relacionamento com o sexo oposto, pelo simples fato de terem reprimido as manifestações da libido no momento da escolha do parceiro. Ocorrendo, dessa forma, um bloqueio em relação ao que o inconsciente informava sobre as suas preferências masculinas...

Portanto, a coerência científica encontra-se na relação da escolha feminina estar baseada numa série de fatores inconscientes - e conscientes -, que começa nos registros de vidas passadas e termina nos registros da vida atual que, como vimos, passa pela psicanálise de Freud, pela Biologia, Química e pela Paleontologia. Esse conjunto de informações que perde-se na bruma do tempo, é o responsável pela busca daquilo que é inerente à natureza feminina: a satisfação pelo exercício do amor manifestado em suas diversas formas.

Contudo, a atração entre os seres humanos transcende a energia de manifestação físico-sexual que são indispensáveis complementos para uma vida a dois. É quando atingimos o climax através do desenvolvimento da atração espiritual. E nesse sentido, o de transcendermos além do gozo proporcionado pelas relações de nível físico, o Brahma Kumaris, através de sua visão budista passa-nos uma interessante receita de vida: "Quando você tem mente e coração limpos e consegue liderar pelo exemplo, esse poder se manifesta através das vibrações positivas que você emana. A partir daí as pessoas que estão ao redor se inspiram e seguem na direção positiva que você escolheu. Como resultado, cresce a rede daqueles que olham para dentro a fim de mudar. Se você tem amor pela honestidade, será esta qualidade que as pessoas apreciarão. Elas irão até você por isso. Se no mundo físico são os opostos que se atraem, na dimensão espiritual são os semelhantes que se juntam".

Cresçamos em busca da completude fundamentada na energia do amor que flui intensamente entre seres que se amam. Basta, para isso, não reprimirmos o que é inerente em nós e que pede passagem para expressar-se em forma de energia equilibrada. Inclusive, a energia de atração espiritual que independe do sexo.

sábado, 29 de agosto de 2009

Psicose e vidas passadas



A psicanálise, através de sua visão psicodinâmica, informa-nos sobre a existência de três grandes estruturas do inconsciente humano: as neuroses, as perversões e as psicoses, sendo esta última, um estado de confusão mental acompanhada de delírios e alucinações, sendo as auditivas (ouvir vozes) as mais comuns. A psicose, portanto, vem a ser um desmoronamento do mundo simbólico e de sua relação com a realidade consensual.

No entanto, como a tendência atual é de uma perspectiva interdisciplinar no sentido do tratamento das consideradas "doenças mentais", o Dr. Mario Sergio Silveira, em entrevista concedida à Érika Silveira (Revista Cristã do Espiritismo - n° 27), através de uma ótica espiritual, define a psicose como "a impossibilidade de construir uma personalidade, um eu atual, em razão da predominância das subpersonalidades anteriores, ainda presas aos dramas ocorridos em outros tempos, incluindo também os demais co-participantes que não se libertaram pelo benefício que somente o perdão poderia proporcionar. Deste modo, o ego, esta instância psíquica responsável pela noção de identidade e pelo critério de realidade, não pode operar, uma vez que não se constituiu, ficou com um "defeito" que chamamos "preclusão". Como a vivência da realidade é função do estado de consciência (postulado transpessoal), o ser fica a mercê da invasão de outras vivências de realidade. E aí estamos na experiência psicótica", conclui.

Em relação a recursos médicos e espirituais para evitar ou minimizar um quadro psicótico, Mario Sérgio lembra-nos "que a prevenção primária depende da evolução moral da humanidade". E, a respeito da importância do exercício consciente da maternidade e da paternidade, completa: "Quando pais mais equilibrados recebem em família espíritos em desajuste, maiores são as chances de recuperação, pois estes espíritos desajustados têm mais possibilidades de construirem uma nova personalidade sadia".

No sentido de "minimizar" um quadro psicótico, ou seja, tratar, terapeutizar, ele entende que o avanço psicofarmacológico associado às antigas e novas psicoterapias, assim como a terapia ocupacional, as terapias complementares e os centros espíritas e os centros de umbanda - na dimensão espiritual - são opções de profilaxia e tratamento.

Sobre a psicose sendo tratada através de uma visão interdisciplinar no Hospital Espírita Bom Retiro, de Curitiba, o Dr. Mario Sérgio relata-nos o caso de uma menina de 14 anos, com o diagnóstico de hebrefenia, que, conforme a psicanálise, é a perda do mundo objetivo ou de todo interesse, onde o ego não realiza atividade alguma com a finalidade de "defender-se", onde recai no passado refugiando-se nos tipos infantis de receptividade passiva, talvez intra-uterinos e de existência mais ou menos vegetativa: "Ela chegou no hospital muito prostrada, afeto embotado, confusão mental, ouvindo vozes, apresentando grande dificuldade de contato. Foi medicada com psicofarmacos, estimulada a participar de atividades terapêuticas, porém pouco respondia. Seu nome foi incluído no SAE - Serviço de Atendimento Espiritual. No grupo de desobsessão, foi atendida em desdobramento (projeção), o que facilitou muito o contato, pois adquiria maior consciência. Assim, nós soubemos que o tio que a abusou sexualmente, tendo desencadeado seu surto, tinha sido seu marido numa outra existência, quando em estado de embriaguês a matou. O próprio tio, em desdobramento, admitiu que preferia não ter nenhum parentesco, pois a desejava como mulher. Soubemos, também, que o obsessor, desafeto de outra existência, planejou sua vingança agindo sobre seus centros nervosos, de modo a embaralhar suas memórias de vidas passadas, como um arquivo que tivesse suas fichas todas misturadas".

E no seguimento de seu relato de caso, Mario Sergio conclui: "Felizmente, tivemos a oportunidade de ajudá-la a acessar estas memórias, revivendo-as e "fechando estas portas", uma a uma, num total de quatro encarnações. O obsessor foi afastado para tratamento e a equipe espiritual relatou a realização de uma espécie de cirurgia nos tecidos sutis de seu perispírito, reconstituindo o "buraco" que havia sido aberto pela ação espiritual. Não é preciso dizer que sua melhora foi surpreendente para os parâmetros da psiquiatria".

Em relação a outros casos atendidos no mesmo hospital, subjetivamente, Silveira refere-se ao núcleo "família" como importante fator de evolução ou, como é o enfoque, de desencadeamento de situações conflitantes que dizem respeito ao pretérito: "Em outros casos, encontramos, através do desdobramento, personalidades de outras encarnações que se recusam a aceitar o novo corpo, a família atual, geralmente composta de desafetos de outras existências, e também a condição social que ora se encontram. São almas orgulhosas, arrogantes que não desejavam reencarnar e passar pela experiência retificadora. Provavelmente, se trata de reencarnações compulsórias".

Para finalizarmos, O Dr. Mario Sergio responde sobre qual o tratamento mais adequado para o paciente psicótico: "O tratamento adequado é interdisciplinar, no mínimo. No Hospital Espírita Bom Retiro caminhamos rumo a transdisciplinariedade, numa visão bio-psico-sóciocultural e espiritual, onde o espiritual ocupa o centro de integração dos diversos saberes, das diversas disciplinas e especialidades. Precisamos superar a divisão, a compartimentalização, caminhando para uma visão integral. Precisamos abandonar o formalismo, seja científico, filosófico ou religioso. Em suma, o tratamento médico, psicoterápico, ocupacional, familiar, energético e espiritual, de forma integrada".

MENSAGEM:
"É necessário que confiemos que todos nós temos um Eu Divino, onde mora a saúde, a paz e principalmente o amor que tudo equilibra, dentro de um tempo que é transitório e diante da vida que é eterna. A tarefa desta encarnação é a de nos reencontrarmos com o nosso verdadeiro Eu, ainda encoberto pela sombra de nossos enganos na caminhada evolutiva".
*Mario Sérgio Silveira

O medo da morte



"Quem suportaria tais fardos, gemendo e suando sob uma vida gasta, se não fosse o medo do que há depois da morte, o medo desse país desconhecido, de cujas regiões nenhum visitante retornou, a perturbar-lhe a vontade e a fazê-lo penar por estes campos, em vez de voar para outros que desconhecemos?" (Hamlet, Shakespeare)

Não são as bruxas, demônios, lobisomens, vampiros, entre outros personagens da imaginação popular que há milênios assustam o homem, mas sim, o desconhecimento de si mesmo diante da incógnita da vida, ou seja, o vazio... o nada que existe entre o fim da existência física e o início do incerto, do duvidoso e do inesperado...

O medo da morte encontramos, principalmente, nas fobias e na síndrome do pânico, mas também no habitual comportamento do dia-a-dia, manifestado pelos cuidados exagerados em relação à saúde, higiene e segurança pessoal.

Os índios das Américas em perfeita simbiose com a natureza, utilizavam em suas cerimonias, ervas, plantas e cascas que abriam-lhes as portas da espiritualidade. Era uma forma de minimizar pela experiência transcendental, o medo do desconhecido.

Os hindus, através de uma cultura milenar, utilizam técnicas de meditação e respiratórias, no sentido de buscarem respostas em relação à transcendência do espírito para uma melhor compreensão do significado da vida e da morte física.

A morte, portanto, caricaturizada no ocidente como uma sombra sinistra que porta uma foice, e definida pelos dicionários como "fim, destruição, grande dor e sofrimento intenso", é um imenso ponto de interrogação existencial que vem perturbando o homem desde o remoto passado.

Estudada, dissecada, idealizada ou endeusada por poetas, filósofos, médicos, pintores, psicanalistas e religiosos, a morte, ao mesmo tempo, fascina e assusta o homem desde tempos imemoriais. E, praticamente, vivemos em função dela: ignorando-a, aceitando-a naturalmente ou simplesmente desejando-a...

No entanto, como nos mostram as culturas milenares dos indígenas e dos povos orientais, E, recentemente, religiões de fé raciocinada, a vida nunca cessa, e de capítulo em capítulo reencarnatório ela flui naturalmente entre duas dimensões: a física e a espiritual.

Paradoxalmente, o medo da morte esconde uma verdade ignorada por grande parte da humanidade: o significado da vida! Porque, à medida que o conceito de morte que temos internalizado nos aterroriza e nos provoca inseguranças, deixamos de viver plena e naturalmente, pois a morte passa a representar, inconscientemente, uma consequência da vida, e a vida, um caminho sem volta que leva-nos à destruição e à incerteza...

Por questões culturais e por falta de autoconhecimento, damos mais importância à "morte" - que é uma passagem interdimensional - do que à vida propriamente dita. O medo do homem de desbravar o desconhecido de si mesmo, tem elevado-a à condição de carrasca ceifadora de vidas... aniquiladora. Perdemos muito tempo e energia vital, hipervalorizando-a e esquecemos de valorizar o que é imprescindível: a oportunidade de crescimento que se renova a cada capítulo da nossa existência física.

Quando compreendermos que não somos o centro do universo e que o desconhecido que nos atemoriza encontra-se mais próximo do que imaginamos, teremos dado o primeiro passo seguro em direção a um melhor nível de compreensão sobre o significado da vida. Assimilada a importância do processo vital para o ser inteligente, nos libertaremos das angustias que a morte representa e daremos a ela o lugar que merece no contexto universal.

A substituição gradual, raciocinada e equilibrada do excesso de valores materialistas por valores espirituais, é a abertura que precisamos para que energias harmonizadoras nos proporcionem um olhar diferenciado em direção às origens de nossos atávicos medos. Temores que trazemos de nossos ancestrais e de vidas passadas - alguns tipos de depressão, fobias e síndrome do pânico - que permanecem cristalizados em nosso inconsciente profundo.

Esse novo olhar "visceral" da natureza humana. Olhar que penetra nas entranhas daquilo que tememos e desconhecemos, nos proporcionará o foco de luz necessário para visualizarmos - e compreendermos - aquilo que até então nos cegara.

O medo da morte, então, perderá a sua força... a sua influência negativa em nosso psiquismo. E uma nova energia assumirá o seu lugar: a consciência do significado da vida. Energia que flui à medida que nos libertamos das sombras do desconhecido de nós mesmos, pois a vida, acima de tudo é coragem, desafio, caminho, equilíbrio, amor e crescimento.