sexta-feira, 24 de junho de 2011

Aprendendo com o sofrimento

Aprendendo com o sofrimento


Sendo o sofrimento a experiência da dor física ou moral do ser humano, nada mais natural que a vida proporcione a todos nós os aprendizados necessários à evolução do espírito.

Como nada acontece por acaso, segundo a lei de causa e efeito, cabe ao indivíduo que passa por essa experiência, perceber o seu significado, ou seja, o que ela está querendo lhe dizer além das emoções e sentimentos.

Nesse sentido, muitos indivíduos na tentativa inconsciente de evitar o sofrimento, criam subterfúgios comportamentais onde o culto às aparências e a falta de naturalidade impedem que sejam aproveitadas as lições relacionadas à dor física ou moral.

Embora em algumas situações se apresentem como opção para "alimentar" as nossas decepções ou traumas psíquicos, o sentimento de revolta não é a solução para os problemas criados pelas circunstâncias da trajetória do espírito encarnado.

Decepções e perdas afetivas são incredientes na vida de todos nós. São testes para o espírito, e o desafio de cada um é compreender pelo prisma da razão, o significado de tais experiências.

A história da humanidade não é feita de eternos perdedores e ganhadores desempenhando os mesmos papéis no palco das reencarnações. Os papéis se alternam, mas os indivíduos são os mesmos. Um dia, aquele que foi ganhador também foi perdedor e, assim, sucessivamente, até o indivíduo perceber que o ciclo vicioso dos sentimentos negativos age contra aquele que o alimenta internamente.

Libertar-se de sentimentos que prendem o indivíduo às suas imperfeições, é um desafio que exige discernimento para que se processe em seu íntimo a energia do perdão e do auto-perdão.

A perda afetiva, por mais dolorosa que seja, revela ao indivíduo o desconhecimento das leis naturais, principalmente as que dizem respeito à reencarnação, que existem para dar suporte psíquico, esclarecimento e conforto espiritual nos momentos de privações.

Feliz daquele que na sua simplicidade compreende os mecanismos que interagem entre a vida e a morte, onde as perdas e as desilusões são peças dessa imensa engrenagem chamada existência.

Lembremos que a justiça divina é perfeita e que nada passa despercebido quando as leis espirituais são interpretadas pela lei maior, a lei do amor em consonância com a orientação natural do livre arbítrio.

O sentimento de revolta diante de experiências dolorosas, servem somente para gerar doenças psicossomáticas, psíquicas e orgânicas. Nada de útil ou de positivo acrescenta o sentimento negativo associado a fatores que explicam a natureza de experiências que nos chocam e que fogem à nossa compreensão.

Portanto, a depuração da energia negativa que trazemos de muitas vidas do espírito imortal, é de vital importância para que o indivíduo desperte de sentimentos negativos para sentimentos que abram a sua mente em direção à expansão da consciência.

No entanto, durante o processo de libertação do passado (depuração da energia negativa), é necessário que o ser inteligente eleve o perdão -e o auto-perdão- ao nível mais elevado de sua consciência, e de lá elimine todo resquício de sentimento negativo que ainda resta.

Podemos proceder dessa forma depurativa, através de preces ou meditação focada no perdão/auto-perdão, cuja intimidade do momento encarrega-se de elaborar espontâneamente as palavras através do pensamento ou da fala.

Ao registrar que devemos eliminar os sentimentos negativos por intermédio da prática depurativa, incluímos também a culpa e o rancor que são verdadeiras chagas a atormentar o indivíduo através de imperceptíveis mecanismos da obsessão.

A revolta, que reune em si vários sentimentos negativos que permanecem latentes, é a expressão máxima de algo que encontra-se aprisionado e que necessita de libertação.

Se essa energia de efeito danoso não for canalizada através da terapia interdimensional ou por intermédio da terapêutica espiritual, a tendência é manter por tempo indeterminado o indivíduo sob o seu domínio. Jugo que representa a manutenção de um estado de espírito que oscila entre o sentimento de inferioridade (vítima ou perdedor do passado-presente), e sentimento de superioridade (vilão ou ganhador do passado-presente).

No processo de depuração do pretérito, ao encontrarmos a raíz do problema, chegamos ao ponto neutro, ou seja, à cura de sentimentos que durante muito tempo tem cegado o indivíduo para os principais objetivos da vida: o exercício do amor entre semelhantes e o conhecimento de si mesmo.