sexta-feira, 24 de junho de 2011

Quando as peças se juntam!

Quando as peças se juntam!

A experiência vital é um quebra-cabeças onde as peças desse jogo encontram-se espalhadas no passado, ou seja, pelo histórico de muitas vidas do ser imortal.

Na busca de respostas que se relacionem a sintomas experenciados na vida presente, o pretérito, a partir da infância do indivíduo, é o campo onde o terapeuta interdimensional investiga as origens do desconforto atual.

Nesse mosaico psíquico, repleto de vivências que envolve emoções e sentimentos humanos, o profissional atua na tentativa de juntar as peças para que o paciente consiga a elaboração necessária à sua cura. É o que veremos a seguir, na apresentação de um caso recentemente tratado.

Laura procurou a P.I. em busca de respostas para o seu drama pessoal: ainda jovem -e sem filhos- precisou extrair o útero após diagnóstico médico de tumor malígno.

Durante as duas sessões de psicoterapia de orientação psicanalítica, Laura revelou uma falta de empatia com a figura materna, fruto do tratamento distante e severo experenciado na infância. No entanto, com a figura paterna, que foi a sua referência afetiva na infância, ela demonstrava nutrir um sentimento de amor por ele: "O meu pai foi o homem que mais amei em minha vida!"

Conforme a associação livre das primeiras sessões, Laura revelou também que desde criança tinha a sensação de que se desse a luz a um filho, este morreria no parto, Desde cedo, portanto, alimentou a idéia de que seria mãe de filho adotivo.

Nesse sentido, a sua mãe posicionava-se contra a intenção da filha, alegando que filho adotivo é sinônimo de problema e que ela não teria condições de cuidá-lo como deveria e que antes do arrependimento desistisse da idéia.

A relação com a sua irmã mais nova, a partir da adolescência e fase adulta, transcorreu-se de uma forma harmoniosa como se fossem irmãs gêmeas. Havia uma profunda empatia entre ambas, que revelava-se em forma de gostos similares, sentimentos e transmissão de pensamento em momentos ou ocasiões específicas.

Como havia indicativo para a regressão, que era a sensação infantil, o sentimento intenso e a dúvida em relação à adoção de uma criança, a regressão de memória foi encaminhada para a terceira sessão dentro do processo terapêutico.

Na experiência regressiva, Laura sente uma pressão muito forte na região abdominal, mas um desconforto que passa. A seguir, sente-se criança na vida atual e uma dor intensa no pulso provocada por um "puxão" de sua mãe que a faz revivenciar um trauma infantil.

Após uma pausa em silêncio, Laura percebe-se morando em uma fazenda e vestida com roupas da época. Era um vestido longo e escuro. Ao seu lado o marido, que ela identifica como sendo o seu pai na vida atual. Entre eles, um bebê que foi oferecido para adoção pela mãe biológica, que ela identifica como sendo a sua mãe nesta vida.

A cena revela: de um lado da criança uma mulher insegura que resolve não assumir a adoção do filho alheio. De outro lado, um homem cheio de expectativas em relação a adoção por parte do casal que beirava a faixa dos quarenta anos.

Com o passar dos anos, Laura percebe-se idosa e vivendo sozinha naquele lugar. Relata que às escondidas, o marido conseguiu criar a criança que tornou-se uma bonita mulher.

Um dia, essa mulher foi visitá-la, e na sua presença perdou-a por ela não tê-la assumido quando criança de colo, e a envolveu num fraterno abraço. Momento, que ao visualizar a face da jovem mulher, Laura percebeu um sinal que relacionou aquele bebê que há mais de vinte anos rejeitara para a adoção. O mesmo sinal -de nascença- que identificou na face de sua irmã atual.

COMENTÁRIO

Laura recebeu um "presente" de seu mentor espiritual, ao revivenciar em sua experiência regressiva, uma situação que precisava para juntar as peças de seu quebra-cabeças íntimo. Na vida atual, o amor que nutria pelo seu pai, a empatia na relação com a sua irmã e a frieza que existiu no histórico de relações com a sua mãe, revelam a perfeita conexão entre passado e presente e os compromissos cármicos na relação com esta vida.

Com a experiência, restou-lhe a certeza -e a confiança necessária-, de que um dos compromissos é a adoção de uma criança. Essa "intuição" ela trazia desde o tempo de criança como revelara a associação livre e que confirmou-se na regressão.

No quarto encontro, esclarecida e aliviada do peso das dúvidas, Laura recebeu a informação de sua "alta" terapêutica, pois as respostas, ou seja, as peças de seu quebra-cabeças encontravam-se reunidas em sua consciência e, sem mais nada a fazer, terminava ali a função da psicoterapia interdimensional.

OBS: o verdadeiro nome da pessoa foi preservado.