sábado, 17 de março de 2012

A culpa em nossas vidas

A culpa em nossas vidas



O ser humano, dotado de inteligência, capacidade de escolha e discernimento, convive com o estígma da culpa desde tempos imemoriais. Uma "marca", que por tempo indeterminado, o mantém cativo ao ciclo das reencarnações.

Durante o processo vital, a energia da culpa age de forma gradual, sutil e nociva, à medida que se apresenta através de processos obsessivos de origem psíquica e espiritual, geradores de doenças no organismo.

Por este motivo, a maioria dos casos de atendimento da Psicoterapia Interdimensional, apontam a energia da culpa como responsável pela origem do problema em si, ou seja, do sofrimento psíquico da pessoa.

São casos comuns que ocorrem no convívio íntimo das famílias, que revelam situações de pais ausentes ou indiferentes. Pais com filhos pequenos que se separam. Crises de relação do casal com a assistência ou participação dos filhos. Morte de uma das referências afetivas ou de ambas. Adoção da criança depois dela ter convivido com os pais biológicos e maus tratos na infância, entre outros casos.

São situações que quando associadas ao sentimento de perda, geram inevitáveis sequelas psíquicas no adulto. A criança, sem condições de processar internamente os motivos que levam os pais ao conflito, à separação, à indiferença, ao excesso de críticas ou à severidade no tratamento, acabam por sentirem-se culpadas pelo fracasso da família.

Portanto, a culpa associada ao sentimento de perda, é a raíz de muitos casos de desequilíbrio psíquico-espiritual que resultam em patologias não estruturais como a depressão, o pânico e o transtorno obsessivo-compulsivo, que carregam como pano de fundo, o componente emocional ligado ao trauma psíquico de origem infantil.

Através da "raíz emocional" do problema, o indivíduo desenvolve a médio-longo prazo a ansiedade neurótica, que acaba por interferir em seus relacionamentos afetivos na vida adulta, ao provocar dependência afetiva, insegurança e baixa auto-estima, que dão surgimento às psiconeuroses.

Atrelado à sintonia infantil, o adulto não percebe os motivos de seus relacionamentos amorosos não darem certo, as suas amizades começarem e terminarem e o por que de permanecer "atado" a uma relação afetiva desgastada e pobre em qualidade.

A ansiedade em excesso turva a sua capacidade de raciocínio e de discernimento. E fora do foco saudável da vida, o indivíduo sofre pelo sentimento de culpa -e de perda- que com o passar do tempo cronificou-se em seu psiquismo.

Limitado pelo desuso da razão e envolvido em suas desarmonizadas emoções e sentimentos não resolvidos da infância, o adulto insiste num relacionamento doentio devido aos dolorosos acontecimentos do passado que, inconscientemente, ele não deseja reviver no presente: a separação.

A energia da culpa em nossas vidas é muito mais comum do que imaginamos. E quando associada a um ou mais sentimentos negativos, torna-se responsável pelas sensações de infelicidade, abandono, rejeição, solidão, insatisfação, entre outras experenciadas pelo indivíduo adulto.

Libertar-se da sintonia com o passado, exige do indivíduo a busca das raízes de seu problema, que geralmente, encontram-se camufladas pelos mecanismos de defesa do inconsciente que protegem a pessoa da lembrança de dolorosos acontecimentos ocorridos no pretérito.

Neste sentido, a psicoterapia de orientação psicanalítica, mas de visão interdimensional, dirige o seu foco investigativo na infância do indivíduo, para depois, se necessário for, direcionar o mesmo foco através da regressão de memória cerebral e (ou) extracerebral, que vai além da barreira intrauterina.

Para libertar-se de seu passado, o indivíduo deve ter a clareza de que o seu desconforto psíquico é consequência de uma história de muitas capítulos, cuja base de investigação começa na infância da vida atual e pode estender-se a outros capítulos de sua longa trajetória vital.