sábado, 17 de março de 2012

O médium, o homem e o mito

O médium, o homem e o mito


A mediunidade, por ser uma faculdade de contato interdimensional, ou seja, entre um ser imaterial, descorporificado, com um ser materializado, entra em choque com a cultura do "ver para crer", e cria um estigma em relação ao médium, que passa a ser considerado para muitos, uma pessoa desequilibrada, misteriosa, mística ou charlatã, entre outros adjetivos.

Apesar da mediunidade, que é inerente ao ser humano, ser hoje em dia melhor compreendida e aceita, ainda causa uma certa confusão em relação à sua mecânica, funcionalidade e finalidade, que passa, antes de qualquer objetivo, pela aceitação e participação de seu intermediário ou mensageiro: o médium.

O espírito comunicante da mensagem, ao utilizar-se do aparelho mental de seu intermediário, seja pela mediunidade da vidência, audiência, psicográfica (intuitiva, semi-mecânica, mecânica), psicométrica, de cura e pictográfica, tem consciência do que está fazendo, assim como o médium que permite a comunicação.

O médium, seja ele conhecido ou desconhecido do grande público, é uma pessoa comum, com os defeitos e preocupações da grande maioria dos "mortais". Se não fosse assim, imperfeito, não seria médium a serviço de sua mediunidade.

No entanto, a sutil diferença entre o médium que assume a sua faculdade a serviço do bem, e aquele que não assume por motivos pessoais, é o passo a mais que o primeiro dá na direção do progresso espiritual.

O médium que tem consciência da sua importância de contato interdimensional, sabe que é um devedor da lei Maior. Tem clareza que a sua missão é uma oportunidade de acertar contas com o seu passado através do amor fraternal.

Portanto, uma coisa é o médium e o seu trabalho. Outra coisa é o homem que está por trás do médium e o seu trabalho...

Neste sentido, mesmo Chico Xavier, considerado modelo para muitos, custou a abdicar de certas vaidades mundanas, como a peruca que usava para esconder a calvície, ou um certo descontrole emocional que apoderava-se de si -e que evidenciava o medo da morte- nos momentos de turbulência em suas viagens de avião.

O médium praticante sabe que não é "santo". Os espíritos, que eventualmente utilizam-se de seu aparelho mental para comunicar as suas mensagens ou para outra finalidade, sabem que o intermediário entre dois planos, não é um santo. Mesmo assim, o que vale são as boas intenções e a vontade de ambos utilizarem o canal mediúnico com uma proposta voltada para o bem.

Mediunidade é também um caminho para que a pessoa busque o equilíbrio psíquico-espiritual através do estudo e da prática mediúnica. Muitos casos de mediunidade em desequilíbrio, geralmente confundidos com sintomas esquizofrênicos, encontram o seu equilíbrio na sistemática de orientação e de trabalhos das casas espíritas.

Quanto mais equilibrado for o médium, mais mensagens harmoniosas ele intermediará de seus comunicadores. Porém, essa afirmação não significa que o mediador seja uma pessoa pura, um encarnado evoluído em contato com uma entidade evoluída. Significa que o médium encontra-se em condições bio-psiquico-espirituais de intermediar mensagens de conteúdo mais esclarecedor para a humanidade. Méritos de quem assumiu -e levou a sério- a sua condição de intermediário entre dois planos.

Contudo, extra atividade mediúnica, todo médium segue a sua vida com as preocupações, tristezas e alegrias inerentes ao ser humano. Do médium da idade média, perseguido e sentenciado à fogueira da inquisição por ser considerado uma "ameaça social", uma heresia à Igreja, evoluímos muito até o início do terceiro milênio.

A partir da Nova Era de significativas mudanças para o homem e o seu planeta, a mediunidade dá um salto quântico no sentido de suas mensagens espirituais que serão recebidas por médiuns que chegam à Terra mais preparados para transmiti-las ao grande público. Médiuns que continuam sendo homens e mulheres reencarnados em uma realidade planetária em fase de transição espiritual para um mundo de regeneração.