sábado, 17 de março de 2012

Luz própria



Certa vez um pai muito sensível percebeu que uma de suas filhas estava sofrendo e lhe perguntou o que estava acontecendo com ela. A garota respondeu que havia sido criticada pelas amigas por ser uma pessoa simples, não gostar de ostentação e por não ter preocupação excessiva com a estética. Ela estava se sentindo rejeitada e triste.

O pai, grande educador, percebendo a angústia da filha, disse-lhe com carinho: "Filha, algumas pessoas preferem um bonito sol pintado num quadro, outras preferem um sol real, ainda que esteja coberto pelas nuvens". Em seguida, perguntou-lhe: "Qual é o sol que você prefere?" Ela pensou um instante e respondeu: "O sol real". E o pai completou: "Mesmo que as pessoas não acreditem no seu sol, ele está brilhando. Você tem luz própria. Um dia, as nuvens que o encobrem se dissiparão e as pessoas irão enxergá-lo. Não tenha medo das críticas dos outros, tenha medo de perder a sua luz".

Porque as estrelas nos fascinam? Pequenos pontos luminosos perdidos na imensidão do universo. Imensidão que ainda pouco conhecemos e que ao olharmos do nosso porto seguro chamado Terra, nos imaginamos perdidos e solitários náufragos à deriva num oceano de escuridão sem fim.

Mas as estrelas tem luz própria, e delas sai uma energia que invade a escuridão do cosmos em direção a planetas que reunam ou não condições de vida. São as estrelas, com a sua luz própria, responsaveis pela existência de vida no universo. O sol é um exemplo caseiro, cuja energia fornece-nos todas as condições para que a humanidade continue existindo sobre o planeta azul.

E assim somos nós, seres humanos. Individualidades que do alto significam pequenos pontos com suas auras que brilham mais ou que brilham menos, espalhadas pela face do planeta Terra. Essa diferença de brilho existe porque não sabemos ainda desenvolver a nossa luz interior, embora quando na presença de raros indivíduos com luminosidade própria, sintamos algo diferente que emana deles. Algo que talvez o conceito de magnetismo pessoal responda em parte a atração que sentimos por esses indivíduos.

No entanto, a diferença está na energia própria que eles emitem através da aura. Energia de uma vida (ou de várias vidas sucessivas) dedicada à prática de valores verdadeiros que emanam de sua essência através da Fonte de Amor e de Sabedoria Universal, cujo código - as Leis Divinas - encontra-se gravado na consciência de cada um de nós.

Chico Xavier, o médium brasileiro, impressinou cientistas russos quando os raios luminosos de sua aura, medidos pelo aparelho Kirlian, alcançaram a impressionante distância de dezenas de metros de seu corpo. Chico, como todos sabem, dedicou grande parte de sua vida à prática de ajuda ao próximo por intermédio do dom da psicografia e da caridade.

Jesus Cristo e Mahatma Gandhi foram eliminados físicamente, porque a luminosidade que irradiava deles e que iluminava a verdade e a justiça em contextos sócio-políticos baseados em interesses mesquinhos, ofuscava os olhos daqueles que preferiam "ver" através da escuridão em que se encontravam.

O mesmo Jesus humano e iluminado, disse há mais de dois mil anos: "Brilhe a vossa luz!". Um recado dirigido às consciências adormecidas... ou seja, que a geração de luz própria é inerente ao ser humano, basta para isso, que através do livre arbítrio façamos escolhas adquadas para que a vida torne-se um foco luminoso, cuja energia gerada na prática do amor e da caridade, possa atingir aqueles que mais necessitam de seus benefícios.

Francisco de Assis, ao viver a vida com intensidade, fez brilhar ao natural a sua luz interior: "Senhor! Fazei de mim um instrumento de vossa paz: onde há ódio que eu leve o amor; onde há trevas que eu leve a luz...". Assim registrou Assis, elevando o seu pensamento e a sua filosofia de vida em prol do amor incondicional por todos os seres da natureza.

São muitos os descaminhos do ser imperfeito que ainda somos. Contudo, mesmo na trilha das sinuosas estradas da existência humana, sempre haverá uma nova oportunidade de deitarmos sobre a relva do campo com o olhar hipnotizado pelo fascínio das estrelas e com o pensamento à procura de respostas que satisfaçam as nossas dúvidas existenciais. E uma das respostas pode vir conduzida pelo raio luminoso de uma delas, informando-nos simplesmente: "Faça brilhar a sua luz!"


"No interior de cada ser humano há uma infinidade de riquezas ocultas que, se descobertas e irradiadas, podem se transformar na verdadeira luz que iluminará o caminho a seguir".
Autor desconhecido.