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Tens na vida a oportunidade para as escolhas sensatas. Se, no entanto, direcionas a tua caminhada para os sombrios atalhos da existência, receberás em troca aquilo que mereceres.
Se o teu vizinho desfruta do conforto que tu não tens, não o inveje, mas reconhece o seu mérito e o seu empenho na conquista.
Se invejas o teu irmão pelo fato dele atrair o afeto de tua mãe, reflete a respeito desta sintonia. Nada é por acaso!
Por que invejas, se a vida é um livre caminho para o crescimento?
Por que alimentas a inveja que corrói, se podes gerar o amor que constrói e glorifica?
Desperta para a energia do bem que humaniza e harmoniza as relações, e transforma a tua prova em um fardo menos pesado de carregar...
Porém, se insistes na inveja, no ciúme e na cobiça, não reclames, depois, quando a infelicidade bater à tua porta.
Pacifica o teu espírito! Nunca é tarde para a mudança interior quando a vontade torna-se uma força consciente, e a perseverança, uma fortaleza.
Lembra-te que por trás da energia que alimenta a inveja, crimes bárbaros foram cometidos. Genocídios mancharam de sangue a história da humanidade. Traições geraram vingança e o ódio reinou absoluto em tempos de trevas.
Não queira ser um herdeiro das sombras, mas um guerreiro da luz. Ilumina o teu próprio caminho com a energia do bem que encontra-se em ti mesmo.
O terceiro milênio está aí. Sinta a sua energia a iluminar as descobertas, as invenções. A intuir o homem que é chegado o momento da decisão: transformar-se gradualmente ou permanecer em seu mundo egoísta e limitado.
Tu decides! A fase de transição já acontece. Os mensageiros do Alto alertam que deves levar a sério esta mudança, pois ela acompanha um ciclo natural programado para a vibração do teu planeta.
Meu irmão, irradica de ti a energia da inveja e retoma o caminho do crescimento que deixaste para trás. O resto, confia, que a luz te orientará pelo milênio das transformações.
Recebido em 11 de outubro de 2010.
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O dito popular informa "que o bom julgador por si julga o outro". Verdade que se encontra inserida no profundo significado desta frase, que revela o quanto projetamos no outrem aquilo que temos em nós mesmos ainda não resolvido.
Na cultura dos povos antigos, era comum o julgamento sumário seguido de condenação e execução pública. A Bíblia registra o caso de Maria Madalena, que por ser acusada de adultério, estava sendo apedrejada por populares quando chegou Jesus Cristo e indagou à multidão inquieta: "Quem for puro que atire a primeira pedra". Em seguida, o registro bíblico informa que ninguém mais arremessou uma única pedra contra a mulher considerada "impura" pelos seus executores...
O julgamento, após o trágico evento da Inquisição que vitimou milhares de inocentes e que manchou de sangue a Idade Média, tornou-se mais aprimorado a partir de sua estrutura baseada no senso de justiça nas condenações.
No entanto, mesmo nos dias atuais de um planeta globalizado pelo avanço tecnológico, nos deparamos com situações que nos chocam pelo primitivismo cultural, que são casos que envolvem mulheres em distintos lugares do mundo: uma no Afeganistão que foi condenada e sumariamente executada pelo fato de ser viúva e estar grávida, e a outra no Irã, ameaçada de ser executada por ter cometido adultério.
O fanatismo religioso - que ainda existe, inclusive no Ocidente - é uma sintonia obsessiva que "cega" como cegava há milhares ou centenas de anos atrás. Se a moral que pregam os fanáticos religiosos fosse praticada por eles próprios desde a Antiguidade, a chaga da violência, do ódio, do orgulho e do egoísmo já teria "cicatrizado" e viveríamos tempos de amor e paz.
Na atualidade, os discursos políticos estão "recheados" de críticas, desde as mais sutis às mais destrutivas. A contundência verbal tem sido a marca da disputa pelo poder. Os comentários e avaliações maliciosas - a maledicência - os dardos venenosos lançados em direção às suas vítimas.
Pessoas que se consideram detentoras da verdade absoluta, julgam sem conhecimento de causa. Outras lavam as mãos como Pôncio Pilatos, calando-se diante das injustiças. Poucos percebem que a crítica destrutiva, o comentário maldoso e o julgamento irresponsável são geradores de injustiça, que por si só, é a essência do mal que reside em nós mesmos.
É mais fácil tecer um comentário malicioso ou denegrir a imagem do outrem, do que fazer um elogio sincero ou praticar caridade fazendo "o bem sem olhar a quem...".
É mais fácil fazer fuxico alimentado pela energia da inveja que corrói, do que dar um acolhedor e fraterno abraço, alimentado pelo amor que constrói.
"Não julgueis para não serdes julgado", é o alerta crístico a todos os seres inteligentes dotados de excepcional capacidade de expansão consciencial. Capacidade que subestimamos por nos encontrarmos, muitas vezes, nos papéis de vítimas ou de julgadores, ainda influenciados pela energia de vidas passadas. E esse envolvimento na energia dos sentimentos de injustiça ou de prepotência, paralisa por tempo indeterminado o fluir de nossa inerente capacidade de evolução espiritual.
"Lavar as mãos" ou "julgar sumariamente", são gestos que se repetem entre os homens desde tempos imemoriais, quando a luta pela sobrevivência ou a disputa pelo poder, gerou a "cultura da injustiça" baseada na lei do mais forte, onde as estratégias de conquista eram planejadas a ferro, sangue e fogo.
A cultura da injustiça, sutilmente disseminada na sociedade contemporânea, perdeu a sua força e truculência dos velhos tempos das sangrentas disputas pela "verdade" religiosa e pelo poder. Porém, não perdeu a violência praticada através da ação disfarçada ou da palavra que fere.
A trajetória do homem sobre o planeta Terra é repleta de fatos ou situações em que a mentira preponderou sobre a verdade. Contudo, somos o que fomos, e essa é a nossa verdade.
Portanto, a partir dessa verdade histórica, libertar-se de hábitos culturais retrógrados associado à violência implícita ou explícita, é um dos principais desafios do homem do terceiro milênio. Muitas vezes, lavamos as mãos no ato simbólico da indiferença. Outras tantas, representamos como vítimas ou algozes. É chegado o momento de praticarmos o aprendizado dessas experiências passadas, buscando uma nova visão entre o ter e o ser de nossa existência, e entre o mal e o bem como parâmetro de uma mudança interior focada no despertar de potencialidades adormecidas.
A sabedoria de um velho provérbio Ute, talvez simbolize o que precisamos abdicar do individual em benefício do coletivo, ou seja, a difícil arte de ser simples e justo: "Não ande atrás de mim, talvez eu não saiba liderar. Não ande na minha frente, talvez eu não queira segui-lo. Ande ao meu lado para que possamos caminhar juntos".
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"Os espíritos anunciam que chegaram os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal e que, sendo eles os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, têm por missão instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a humanidade" (Allan Kardec)
O que está por trás da aparência física representa a verdade de cada um. Somos o resultado de nossas obras, e nessa direção, ajudamos ou não a iluminar o caminho de outras pessoas.
Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, foi um espírito que iluminou muitos caminhos com a mensagem da verdade e da libertação do mal que reside em nós mesmos. Mensagem que não deixa dúvidas sobre a sua autenticidade, à medida que, ao estudarmos as obras básicas, não encontramos incoerência, contrasenso ou contradições.
Visitar o túmulo de Alan Kardec no cemitére du père lachaise em uma ensolarada manhã de um inverno parisiense, foi uma das maiores emoções de minha vida. Solitário diante de um túmulo simples, construído com blocos sobrepostos de granito, mas embelezado por vasinhos de flores multicoloridas ali colocados e mantidos por espíritas e simpatizantes, era inevitável segurar a emoção que fluia ao sentir a energia que irradiava do local.
No entanto, ao visitarmos o túmulo de Hyppolyto León Denizard Rivail, sentimos que naquele espírito imortal cujos restos mortais ali jazem, existe uma gigantesca obra da qual ele foi apenas um intermediário. Não vamos homenageá-lo no sentido da idolatria ou do culto à personalidade, e sim, em relação aquilo que ele representou durante a sua breve passagem entre nós: um homem de caráter e de fibra, que aceitou sem vacilar, um desafio quase impossível - mas necessario - para a sua época.
Portanto, estar diante do túmulo de Kardec, é regredir aos primórdios da humanidade e refazer a sua trajetória até os dias atuais, onde, naquele pequeno espaço de concreto, flores e luz... muita luz, encontra-se o homem e a sua verdade... que é a verdade de cada um de nós.
Como não estamos eternamente solitários e o mundo é "pequeno", chega junto ao túmulo, um casal dialogando em portugues. Logo reconheço o sotaque do sul do Brasil e ofereço-me para tirar fotos. Iniciamos um diálogo de reconhecimento de origens, e como nada acontece por acaso, o casal era de Porto Alegre e residente na mesma rua onde localiza-se o centro espírita que frequento há muitos anos.
No fluir da conversa, ao ser informado de que encontravam-se afastados do espiritismo há algum tempo, convido-os a participarem das atividades da casa quando retornarem a Porto Alegre. Para minha surpresa, recebo a resposta de que essa era a intenção quando resolveram, em passagem por Paris, visitar o túmulo de Kardec. Mas que agora, diante das "coincidências" daquele encontro, não seria mais intenção, e sim, uma certeza.
Após um diálogo fraterno, espíritos que comungam um mesmo ideal, abraçam-se numa despedida de momento, visto que o resultado deste breve encontro, resulta em reencontro no assumir de tarefas que compete a cada trabalhador dentro de uma casa espírita. Trabalho que deve ser ser encarado com entusiasmo e alegria de servir.
O recado dos espíritos superiores através de Allan Kardec, é muito claro ao alertar-nos de que ninguém é melhor do que ninguém, principalmente ao exercermos um cargo ou função que represente na escala de valores criada pelo homem, hierarquia ou poder sobre os demais.
O poder, a partir da mensagem de Kardec, revela-se uma zona de risco e, ao mesmo tempo, de testagem de nossas verdadeiras intenções, à medida que encontra-se latente em nós, o orgulho, a vaidade, o egoísmo e a prepotência. Exercer o poder, portanto, seja no nível que for, desde o papel de educador ao de governante de uma nação, exige muito discernimento para que não se repitam erros cometidos no passado.
Diante do túmulo de Kardec, passa a história, o presente e o futuro da humanidade. O concreto de blocos sobrepostos de granito, representa a firmeza de caráter. As flores, representam a alegria da vida e a esperança no futuro. A energia do local, algo que nos sensibiliza profundamente e estimula-nos a desafiar medos e inseguranças.
Contudo, não precisamos ir à Paris ou à Índia para adentrarmos no portal de luz do autoconhecimento. A mensagem de Cristo, retransmitidas por Siddartha Gautama, o Buda e por Allan Kardec, o codificador, representam aquilo de que precisamos para aceitar que somos espíritos em busca da verdade no UNO.
Diante da magnitude de tais obras, fica a certeza absoluta de que a vida flui muito além da morte.
A porta entreaberta
"Cultivemos o bem, eliminando o mal. Façamos luz onde a treva domine. Conduzamos harmonia às zonas em discórdia. Ajudemos a ignorância com o esclarecimento fraterno. Seja o amor ao próximo nossa base essencial em toda a construção no caminho evolutivo" (Emmanuel)
É prática comum nos grupos mediúnicos espíritas, principalmente os que estão iniciando o trabalho após uma fase de estudos, inconscientemente, direcionar o atendimento no sentido seletivo, ou seja, disponibilizar a manifestação de espíritos que estejam somente desorientados em relação ao desencarne, ou ainda, aqueles irmãos mais evoluídos que passam pela reunião para transmitir uma mensagem ao grupo de trabalhadores.
No entanto, mesmo não sendo uma reunião mediúnica de desobsessão, quando encarnados e desencarnados mantém vínculo obsessivo que exige dos trabalhadores experientes muito empenho na libertação desses irmãos comprometidos com o passado, a reunião mediúnica de trabalhadores iniciantes ou mesmo antigos, exige que a "porta" esteja completamente aberta para que todos os irmãos, indistintamente, sejam bem vindos.
O trabalho mediúnico é sempre acompanhado por uma equipe espiritual co-responsavel pelos atendimentos, porém, se o dirigente e os médiuns da reunião não estiverem pré-dispostos ou psicológicamente preparados para o atendimento de irmãos que se apresentam com postura agressiva, desafiadora, manipuladora e de índole perversa, a equipe espiritual evitará que esses espíritos se manifestem através dos médiuns que compõem o grupo de encarnados.
Alerta-nos Emmanuel, através da pscografia de Chico Xavier, em "Vinha de luz", que "A gleba imensa de Cristo reclama trabalhadores devotados, que não demonstrem predileções pessoais por zonas de serviço ou gênero de tarefa". Por isso, torna-se importante o preparo psicológico do dirigente mediúnico e dos médiuns para o atendimento de quem visitar ou for levado à casa espírita com o objetivo do esclarecimento. A porta deve estar sempre aberta para o propósito de uma reunião mediúnica, seja de desobsessão ou não, assim como o acesso deve ser garantido ao encarnado que procura o serviço de atendimento fraterno, seja o caso que for.
Somos todos espíritos devedores, e os irmãos da equipe espiritual sabem que a nossa condição espiritual é um fator de identificação (afinidade vibratória) e de aproximação de espíritos para que ocorra a interação com encarnados durante uma reunião mediúnica. Se nos mostrarmos, mesmo inconscientemente, temerosos e despreparados para a tarefa, esses irmãos não chegarão até nós para o devido atendimento.
No entanto, se nos tornarmos mais receptivos, através da energia do chacra cardíaco, é sinal de que naquela reunião mediúnica existe uma porta aberta para todos os irmãos que por ali desejarem adentrar...
Uma reunião mediúnica kardecista, não é um ritual de evocação de espíritos "malévolos" ou de espíritos adiantados na escala evolutiva. É somente uma reunião à serviço do Amor Maior, onde cada integrante encarnado deve doar um pouco de amor fraterno no atendimento daqueles que procuram por Luz ou que ainda encontram-se perdidos na energia do orgulho, da vaidade e do egoísmo.
Quando em uma reunião mediúnica apresentam-se espíritos de diversos níveis evolutivos, é sinal de que os trabalhadores encarnados estão cumprindo com o propósito da tarefa, que é atender, indiscriminadamente, todos os irmãos que ali forem conduzidos pela equipe espiritual ou que se manifestarem de livre e espontânea vontade.
É tão importante e valiosa a nossa contribuição, que trabalhamos mais do que imaginamos, pois, muitas vezes, somos convocados durante o sono para o atendimento de irmãos que desencarnam em situações trágicas e, geralmente, indivíduos ainda jovens que deixam a vida sem entenderem os motivos.
No século dezenove, registrava Kardec: "O mal é a ausência do bem", isto é, o mal somos nós perdidos no labirinto de nossas próprias imperfeições. E se não tivermos a oportunidade do "acolhimento" mediante a nossa manifesta vontade de mudar, seguiremos da trilha da ilusão por tempo indeterminado.
Portanto, a porta da reunião mediúnica não deve estar entreaberta, e sim, totalmente aberta, receptiva, acolhedora para atender a demanda do trabalho que não é pouco, pois o nível de exigência aumenta à medida que o grupo de encarnados encontra-se harmonizado e comprometido com a tarefa de orientar, socorrer, esclarecer e encaminhar em conjunto com a equipe espiritual.
Um dos recursos que tem o dirigente mediúnico em casos de espíritos que apresentam-se rebeldes, orgulhosos, vingativos ou provocativos e agressivos, é convidá-los a compreender, através da regressão, o que ocorreu no passado em relação aos seus desequilíbrios na esfera das emoções e sentimentos.
Dialogar com o irmão desencarnado através do médium que lhe dá passagem, deve representar uma relação terapêutica e, ao mesmo tempo, uma relação de pai ou mãe com o filho ou filha. E o conjunto dos integrantes que estão envolvidos nessa difícil mas gratificante tarefa, deve representar o abraço acolhedor de uma família que recebe de porta aberta, o filho que retorna à casa do pai.
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Informa um dito popular gaúcho que devemos ter "firmeza no garrão", ou seja, jamais esmorecer, se entregar, afrouxar o "garrão", que na construção da expressão regionalista, significa o cavaleiro fazer o cavalo andar ou disparar com a firme pressão do toque de seus calcanhares próximos às virilhas do animal.
O simbolismo da expressão gaúcha revela na figura do cavalo, a vida que devemos tocar pra frente com a firmeza necessária. Mas para tal, precisamos acreditar em valores que herdamos de nossos pais associado ao que construímos com a experiência acumulada de muitas vidas do espírito imortal.
A nossa história pessoal é a história da humanidade, como registra o historiador Evaldo Munhoz Braz em "O gaúcho e sua origem", referindo-se à importância de cultivarmos as nossas raízes ancestrais como forma de identificação a valores culturais de determinada região ou de um povo: No mundo inteiro, incluindo sobremaneira Europa e Estados Unidos, festas regionais reforçam suas certezas sobre suas origens, como comportar-se frente a adversidade e planejar o futuro. Saberem quem são. Este é o sentido de conhecer-se o passado. Afinal, é tão grave esquecer-se no passado como esquecer o passado. Nos dois casos desaparece a possibilidade de história...
Portanto, cultivar valores culturais, morais e éticos transmitidos ou conquistados com as vivências, é de suma importância para aquele que deseja crescer tanto no sentido material quanto no sentido espiritual, como afirma o cantor e compositor Luiz Marenco em uma de suas letras: É por isso que sempre canto minha terra, minhas verdades, minha gente. Meu canto é assim e só sei cantar desse jeito. Acredito que esse é o rumo, e sigo firmando o garrão pelas coisas que penso...
Somente nos sentimos seguros e confiantes quando estamos com os pés fincados na Mãe-Terra e a imaginação a viajar livre pelo universo, como faziam os grandes filósofos da antiguidade e ainda fazem os atuais pensadores e espiritualistas.
O indivíduo vive melhor quando possui valores internalizados, pois são os valores humanos que nos aproximam uns dos outros. Quando falta essa qualidade de relação típicamente humana, nos tornamos indivíduos com tendência ao isolamento e à depressão.
Jaime Caetano Braum, compositor e payador gaúcho, retrata em "Mateando", o sentimento de quem avança na idade, sem, no entanto, "afrouxar o garrão" na condução da própria vida: Não é que falte fibra, nem firmeza no garrão, pois meu coração bem compassado ainda vibra...
Alguns ditos populares, sem dúvida, são enriquecidos de vida, humanidade, história e sabedoria, e não devemos nos sentir "além" deles no sentido do conhecimento adquirido, porque sentir-se "acima" nos afasta de nós mesmos, do outrem e de nossa história temporariamente inserida na história regional, e definitivamente inserida na história da humanidade.
Somos um todo, é claro, mas obviamente temos que ter a clareza de que também somos uma unidade em busca de afirmação enquanto seres humanos em processo de aprendizagem pelo planeta Terra ou em outros mundos habitados por espíritos inteligentes.
Ter "firmeza no garrão" para tocar a vida pelo caminho da autoconfiança é o que precisamos como base de uma rota segura nos campos da vida atual e futura. Por termos "afrouxado o garrão" no passado remoto, padecemos hoje de vicissitudes que limitam a percepção de autoconhecimento e atrasam o nosso processo evolutivo.
Independentemente de nossa região de origem ou de onde tivermos fixado residência no planeta, os valores que levamos conosco devem, em parte, relacionar-se à cultura e às tradições do nosso povo. Caso contrário, nos sentiremos como uma planta com as suas raízes debilmente fixadas no solo.
Muitos casos de depressão causados pelo processo de somatização, representam um quadro clínico em que o indivíduo encontra-se "desconectado" de suas raízes culturais e/ou familiares, ou seja, ele não internalizou valores suficientes para sentir-se um "cavaleiro com firmeza no garrão".
No sentido simbólico, tocar a vida com desenvoltura exige do "cavaleiro" uma maestria que se adquire com a persistência de jamais "afrouxar o garrão na montaria", como observou o francês Dreys durante a sua passagem entre 1817 e 1825 pelo Rio Grande do Sul: Todos os exercícios de manejo e picaria dos mestres de equitação da Europa são familiares ao gaúcho, e alguns dos exercícios mais difíceis são mesmo entre eles divertimentos de crianças...
Quando conquistarmos a sabedoria de levar a vida com equilíbrio entre a firmeza, a sensibilidade e o lúdico, seremos exímios cavaleiros a caminho da felicidade no UNO, como registra Almir Sater em sua linda canção "Tocando em frente": Cada um de nós compõe a sua história e cada ser em si carrega o dom de ser capaz, de ser feliz.
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A dependência afetiva ou o excesso de cuidados em relação a entes queridos e bens materiais herdados ou adquiridos durante a vida, costumam gerar uma energia que aprisiona o indivíduo a sentimentos de apego e posse.
Essa característica comportamental quando levada ao exagero, é responsavel por desequilíbrios na esfera psíquico-espiritual com reflexos na vida atual e futura do indivíduo.
Portanto, melhorar o nível de percepção em relação a nós mesmos inseridos em um contexto vital de contatos interdimensionais e de inter-relacionamentos pessoais, é dever de quem pretende disciplinar seus sentimentos.
Nesse sentido, ao observarmos o comportamento de espécies do reino animal, obtemos aprendizados que contribuem com o desenvolvimento de nossa percepção, como por exemplo, os cães domésticos. Algo na natureza instintiva desses animais, orienta-os ao momento em que a mãe deve separar-se de seus filhotes, garantindo-lhes, dessa forma, a independência afetiva e a liberdade para a vida.
O mesmo acontece com os pássaros, que são orientados pela natureza a desenvolverem habilidades para alçarem võo rumo à liberdade de suas vidas.
No entanto, em relação à necessidade de desapego afetivo e material, falta à espécie hominal inteligente, a percepção apurada de sua natureza transcendental. Mas para que isso ocorra, o indivíduo precisa disciplinar o que ainda não encontra-se disciplinado - ou resolvido - em si mesmo, ou seja, o sentimento de posse, pois é por intermédio desse sentimento em relação à pessoas ou bens materiais, que nos prendemos à indisciplina sentimental responsavel pelo desequilíbrio de nossas emoções. Desajustes que geram somatizações pelo organismo físico...
A dependência afetiva associada ao sentimento de posse, é o que mais atrapalha a vida do indivíduo no sentido de sua emancipação enquanto ser espiritual. A falta de discernimento, provocada por uma percepção condicionada à exigências de origem inconsciente e egóica, faz do corpo físico a sua própria prisão.
Desapegar-se dos exageros afetivos é experimentar, gradualmente, a libertação de antigos padrões de comportamento. É perceber o quanto éramos cativos de sentimentos que nos prendiam a um nível vibratório que limitava a expansão de nossa consciência.
Desapegar dos exageros que nos ligam ao sentimento de posse material, é desprender-se de uma situação onde o ego começa a ceder espaço ao representante de nossa verdadeira identidade diante do universo: a essência, o espírito.
Se queremos ser livres, parar de sofrer pelo que temos e pelo o que não temos, devemos abrigar um único desejo: o de nos transformar. Assim, quando alguém ou algo tem de sair de nossa vida, não alimentamos a ilusão da perda ou do afastamento. O sofrimento vem da fixação a algo ou a alguém. O apego embaça o que deveria estar claro: por trás de uma pretensa perda está o ensinamento de que algo melhor para o nosso crescimento precisa entrar. Se não abrimos mão do velho, como pode haver espaço para o novo?
O excesso de proteção a entes queridos, assim como a dependência afetiva e o excesso de preocupação - ou obsessão - em acumular rendas e patrimonio material, são desarmonias psíquico-espirituais que conseguimos curar à medida que avançamos no caminho do autoconhecimento.
A conquista do equilíbrio entre o "ser e o ter" só se adquire com muito discernimento em relação ao que devemos mudar em nós mesmos. Ter a lucidez e o discernimento necessarios para perceber o que é perecível e o que é eterno em nossas vidas, é sinal de que estamos no rumo da libertação e da cura de sentimentos negativos.
O processo de desapego é de suma importância para o bem-estar do indivíduo nos dois níveis de sua existência, ou seja, nos níveis físico e espiritual, porque quanto mais desapegado estiver o indivíduo das exigências do ego, mais perceptivo e integrado estará em relação à sua natureza espiritual.
O apego e o desapego, inclusive, são determinantes no sentido da difícil ou fácil (re)adaptação do indivíduo quando retorna para o plano espiritual, sendo necessário em alguns casos de apego à matéria, muito tempo até que o espírito perceba que não encontra-se mais no mundo físico.
Portanto, ter saúde integral, que contempla também o psíquico e o espiritual, requer no mínimo, sintonia equilibrada entre o "ter e o ser", onde o exagerado apego afetivo ou material cede lugar a uma percepção mais apurada do significado da vida como oportunidade do ser inteligente expandir a sua consciência.
Na direção do crescimento, o desapego é uma das provas mais difíceis a ser superada pelo indivíduo que deseja libertar-se de seu passado. E nesse sentido, o autoconhecimento é o caminho que deve ser percorrido com muita fé, amor, perseverança, auto-disciplina e discernimento entre o que é transitório e o que é eterno em sua vida.
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"Não ande atrás de mim, talvez eu não saiba liderar. Não ande na minha frente, talvez eu não queira segui-lo. Ande ao meu lado para podermos caminhar juntos". (provérbio Ute)
Segundo o ideal de liderança, o verdadeiro líder seria aquele que consegue influenciar fortemente outras pessoas à ação, sem o uso da força, do medo ou do oportunismo. Tem a sua base na atitude pessoal, na competência e no carisma, levando os demais a admirá-lo, respeitá-lo e a defender as suas idéias.
A respeito da palavra "líder", parto do princípio de que o seu verdadeiro significado tem sido deturpado com o passar dos séculos e que os líderes existem porque não sabemos ou não conseguimos ser líderes de nós mesmos, ou seja, pessoas suficientemente auto-responsaveis, determinadas, idealistas e decididas, com senso crítico apurado, opinião própria e participativa social e politicamente.
Por este motivo, entre outros, surgem na sua grande maioria, pseudo-líderes em todas as áreas de atuação humana, principalmente, no âmbito da política e na área empresarial, que movidos por interesses pessoais - sendo cada vez mais raros os idealistas - projetam uma estratégia de crescimento particular associada a outros interesses individuais e coletivos de uma agremiação política ou de um núcleo empresarial, etc.
O problema atual do líder não são as suas inerentes características de liderança, mas o que vem "a reboque" dessa intenção, que, geralmente, apontam a vaidade, o orgulho, a ambição e o egoísmo na direção da sede de poder.
E quando registramos que o homem é obsecado pelo poder, não estamos dizendo nenhuma novidade ou cometendo uma "heresia", pois esta questão é atávica e acompanha a humanidade desde tempos imemoriais, sendo as disputas territoriais, políticas e muitos conflitos bélicos, o testemunho histórico dessa afirmação...
Estamos às vésperas de novas eleições no Brasil. Data marcada em que elegeremos "líderes" que nos representarão a partir do cargo de presidente da República. Portanto, sugiro aos amigos leitores que decidiram confiar o seu voto: percepção aguçada no momento de suas escolhas. Saber "quem é quem" nesse momento, é imprescindível no sentido de estarmos convictos de que não elegeremos oportunistas de plantão ou pseudo-líderes.
Muitos dos candidatos que retornam para nova avaliação popular no próximo pleito, são pseudo-líderes maquiados por um discurso de renovadas promessas e "boas intenções", mas cujo recente passado condena-os como pessoas descompromissadas com a ética e com a prática política voltada para os interesses do bem-comum da sociedade.
Hoje, verificamos em cada nominata de candidatos que representam suas siglas partidárias, verdadeiros "batalhões" de indivíduos munidos de belos e convincentes discursos, onde cada um procura atrair para si, a essência da verdade transformada em novas esperanças para uma classe social ou para o povo em geral.
Pseudo-líderes, demagogos e "experts" na arte do ilusionismo, apresentam-se como preparados para resolver o seu problema... os nossos problemas. Muito cuidado nessa hora, porque o voto, acima de tudo, deve ser baseado em uma lúcida e consciente avaliação das opções de que dispomos.
Particularmente, ao analisar a situação mundial através da ótica do terapeuta holístico, acredito que o modelo político baseado no ideal democrático esteja com os seus dias contados. Não pelo ideal em si, que representa a democracia da livre escolha pelo voto, o que é saudável, mas pela própria caminhada evolutiva da humanidade, cujo modelo democrático, assim como vários outros espalhados pelo mundo, já não contemplam as expectativas de renovação exigidas pela Nova Ordem Mundial, energia transformadora que somente os sensitivos a percebem envolvendo lentamente o nosso planeta...
No milênio em curso, aprenderemos a ser líderes de nós mesmos, ou seja, indivíduos centrados e focados na auto-responsabilidade como fator determinante para desenvolvermos o senso de responsabilidade com o outrem.
A partir dessa realidade social, creio que não existirão mais líderes nos moldes que conhecemos ou que idealizamos, porque uma vez auto-responsaveis não precisaremos mais de alguém que faz - ou diz fazer - aquilo que não fazemos por si próprio, pelo outrem e pelo planeta.
A dependência que hoje ainda temos de líderes ou de pseudo-líderes, acabará à medida que nos conscientizarmos de que o "poder" que obstinadamente perseguimos há milênios, encontra-se em nós mesmos, que são os valores éticos e morais pertencentes às Leis do Amor inseridas em nossas consciências, mas que necessitam de nosso "despertar" para fluir como energia que restaura, purifica e transforma realidades.